Resumo: Este artigo tem como objetivo relatar
pretensões de quatro professoras que projetam um mundo possível pós-pandemia na
Educação. Visto que esse momento é uma situação a típica, pois o COVID-19[3] nos proporcionou uma paralisação mundial, fez com que a
sociedade em geral se recolhesse num isolamento social para evitar que o vírus
se disseminasse em meio a população local, regional e mundial. É uma doença
respiratória nova que foi identificada pela primeira vez Wuhan, na China.
Atualmente, a transmissão se dá principalmente de pessoa para pessoa. Alguns
dos passos percorridos para chegar lá foram encaminhar
orientações para profissionais da Educação sobre o projeto, descrever
as falas das professoras com o que desejam, mostrar como esses desejos se
constituem, relatar detalhadamente o que cada professora narrou, apresentar as
propostas de um mundo melhor. Devido o dilema com um mundo possível
pós-pandemia essa pesquisa se justifica através da reflexão de narrativas de
professoras da Educação Básica obtidas através de vídeos sobre o que se projeta
na Educação pós-pandemia, tendo como referência o estudo de campo. Para
tanto, foi utilizado como método para coleta de dados informações realizadas através
de vídeos a pesquisa de campo, bem como o
encaminhamento de orientações sobre o projeto para educadores contribuir com a
pesquisa, através do estudo levantado no referencial teórico
sobre a opinião das pessoas para o que almejam pós-pandemia. Para esse
estudo foram abordadas as teorias de Lazzarato (2006) visando as possibilidades
de um mundo possível; Azevedo (2013) versa sobre as intervenções urbanas para
uma convivência melhor; Senhoras (2020) discorre sobre a pandemia do
Coronavírus. A partir das análises dos vídeos
que foi possível perceber a importância dos relatos das professoras, dos quais
podem refletir e contribuir para um mundo possível pós-pandemia, tendo como
referência o estudo de campo através das gravações para mostrar que podemos
conviver com o vírus. Os desafios são muitos, porém cada um fazendo sua
parte, podemos superar os obstáculos. Enfim, por meio desse estudo espera-se
com essa pesquisa contribuir para a divulgação de novas possibilidades pós-pandemia.
Um mundo melhor é possível.
Palavras-chave: educação, paralisação
mundial e isolamento social.
O presente artigo tem como finalidade discutir um
mundo possível pós-pandemia na Educação, considerando que esse momento é uma
situação a típica, pois o Coronavírus nos mobilizou de forma tão severa que
induziu o mundo a uma paralisação, obrigando a sociedade em geral a um
isolamento social para evitar que o vírus se dissemine em meio a população
local, regional e mundial.
Devido o dilema com um
mundo possível pós-pandemia essa pesquisa se justifica através da reflexão de
narrativas de professoras da Educação Básica obtidas através de vídeos sobre o
que se projeta na Educação pós-pandemia, tendo como referência o estudo de caso.
“E
um estudo que analisa um ou pouco fatos com profundidade. A maior utilidade do
estudo de caso é verificada nas pesquisas exploratórias e no início de
pesquisas mais complexas.” (SILVA, 2003, p. 63).
Portanto, buscou-se reunir dados/informações com o propósito de
responder ao seguinte problema de pesquisa: como os relatos dos vídeos podem
refletir ou contribuir com um mundo possível pós-pandemia?
O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar como os relatos
dos vídeos podem refletir ou contribuir com um mundo possível pós-pandemia para
mostrar que podemos conviver com o vírus, com a finalidade de demonstrar a conveniência
dos desejos no estudo de campo.
A metodologia da
pesquisa, assume como estudo de caso,
sendo exploratória, de caráter descritivo, no que lhe concerne,
proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o explícito ou
construindo hipóteses sobre ele através de principalmente do levantamento
bibliográfico. Por ser uma pesquisa muito específica, quase sempre ela assume a
forma de um estudo de caso (GIL, 2008).
De acordo
com Rampazzo (2005), a pesquisa é um procedimento reflexivo, sistemático,
controlado e crítico que permite descobrir novos fatos ou dados, soluções ou leis,
em qualquer área do conhecimento. Dessa forma, a pesquisa é uma atividade
voltada para a solução de problemas por meio dos processos do método
cientifico.
Para um melhor tratamento dos objetivos e melhor apreciação desta
pesquisa, observou-se que ela é classificada como pesquisa exploratória.
Detectou-se também a necessidade da pesquisa bibliográfica no momento em que se
fez uso de materiais já elaborados: livros, artigos científicos, revistas,
documentos eletrônicos e enciclopédias na busca e alocação de conhecimento
sobre os vídeos para mostrar que podemos conviver com o vírus, correlacionando
tal conhecimento com abordagens já trabalhadas por outros autores.
A Professora Doutora Maria Thereza Azevedo do Programa
de Pós-graduação em Estudo de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de
Mato Grosso realiza todos os anos uma poética/intervenção urbana na cidade de
Cuiabá promovida pela Disciplina Poéticas Contemporâneas I Estéticas emergentes
na cidade, a qual ministra aula. Neste ano, especificamente devido ao
isolamento social pelo COVID-19, a realização da ação de intervenção segue uma
nova direção, tendo como proposta narrativa em vídeos de cidadãos que almejam
uma vida possível pós-pandemia.
“Estas práticas coletivas de intervenção urbana interrompem o fluxo da
padronização e do estigma, propõe outra forma de olhar e pensar sobre os
espaços urbanos; instiga a participação e a convivência”, fatos que Azevedo
(2013, p.
144) sempre
vem
defendendo na sociedade contemporânea.
A pesquisa dispõe de
relatos de professoras da Educação Básica sobre a situação vivenciada no
momento pelo Coronavírus, bem como uma reflexão sobre o assunto estudado no
decorrer da disciplina Poéticas Contemporâneas I Estéticas
emergentes na cidade.
O COVID-19 forçou o Mundo a um isolamento social
rigoroso para evitar que o vírus se espalhe em meio a população, causando
desconforte e até mesmo pânico nos seres humanos, sem contar nas novas formas
de decisão que os líderes governamentais tomaram por conta dessa pandemia
atual, Lazzarato mostra que é possível outro mundo:
[...] o acontecimento desviou-se de suas
condições históricas para criar algo de novo: uma mistura de corpos (um novo
tipo de relação que se torna possível estar junto, que se expressa em novas
formas de tomada de decisão, de definição de objetivos e metas) e também novas
formas de expressão, em que o enunciado “um outro mundo possível” é apenas um
dentre muitos resultados. [...] (LAZZARATO, 2006, p. 21)
Sabe-se que as autoridades chinesas
confirmaram em janeiro de 2020 que haviam identificado um novo coronavírus. Os
coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de
resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam
doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum, afirma o site iSaúde.
Os impactos da pandemia do novo
coronavírus, responsável pela pandemia da doença COVID-19 é considerável, em
especial na área da Educação, assim como os vídeos das professoras que será
mostrado nos resultados. Diante disso, Senhoras (2020) discorre sobre as
alterações da rotina que nesse campo vem enfrentando no momento:
[...] o sistema
educacional merece destaque, uma vez que, em função dessa pandemia, o direito à
educação tem sido abruptamente privado dos estudantes em seus mais diversos
níveis de ensino, pois assim como toda a sociedade, a efeito das políticas
públicas de saúde adotadas no país, estão em período de distanciamento social,
evitando qualquer tipo de aglomeração, como principal medida para reduzir o
contágio pelo vírus. (SENHORAS, 2020, p. 148)
Dentre os aspectos em discussão sobre uma educação
possível pós-pandemia, vale destacar os profissionais da linha de frente nesse
momento, tais como gestores
escolares, professores e toda a equipe multiprofissional envolvida no processo
educacional como, por exemplo, pedagogos, assistentes sociais, psicólogos,
entre outros. Além disso, também temos daqueles que tem o ‘poder da caneta’, no
sentido de definir as diretrizes a serem seguidas, mostra Senhoras (2020):
Diante de tantas
incertas, vem à tona a necessidade de penar nas estratégias que serão
utilizadas para atenuar os impactos da crise provocada pela pandemia. Assim,
surgem vários questionamentos, não só dos que estão na linha de frente
executando as atividades – gestores escolares, professores e toda a equipe
multiprofissional envolvida no processo educacional como, por exemplo,
pedagogos, assistentes sociais, psicólogos, etc. - , mas também daqueles que
tem o “poder da caneta”, no sentido de definir as diretrizes a serem seguidas.
(SENHORAS, 2020, p. 149)
Diante disso, Lazzarato (2006) apresenta suas
palavras ponderadas sobre
essa questão da pandemia que é abordada mundialmente, mostrando que o vírus
abalou as estruturas pessoais, econômicas e sociais no Planeta:
O mundo possível
existe, mas não existe mais fora daquilo que o exprime: os slogans, as imagens
capturadas por dezenas de câmeras, as palavras que fazem circular aquilo que
“acaba de acontecer” nos jornais, na internet, nos laptops, como um contágio de
vírus por todo o planeta. O acontecimento se expressa nas almas, no sentido em
que produz uma mudança de sensibilidade (transformação incorporal) que cria uma
nova avaliação: a distribuição dos desejos mudou. Vemos agora tudo aquilo que
nosso presente tem de intolerável, ao mesmo tempo que vislumbramos novas
possibilidades de vida [...] (LAZZARATO, 2006, p. 21-22)
Vale
ressaltar que o COVID-19 está causando impactos negativos no mundo, não só no
meio educacional como em outras áreas há uma alternativa para superar essa
paralisação, a solução são os recursos tecnológicos como aliado nesse momento
para atenuar tais impactos, conforme aponta Senhoras (2020):
A pandemia do novo
coronavírus exige que todas as áreas da sociedade criem alternativas para
driblar os impactos negativos que ela tem ocasionado. No sistema educacional, a
educação a distância, por meio do avanço tecnológico e de seus múltiplos
recursos, tem sido considerada uma alternativa para atenuar tais impactos, em
função do distanciamento social que tem sido utilizado como principal medida de
combate ao vírus. (SENHORAS, 2020, p. 154)
Perante essa discussão, Azevedo (2013, p. 144)
acorda para as ações de intervir no coletivo para um mundo melhor, “estas
práticas coletivas de intervenção urbana interrompem o fluxo da padronização e
do estigma, propõe outra forma de olhar e pensar sobre os espaços urbanos;
instiga a participação e a convivência.”
Este estudo teve como objetivo
apresentar como os relatos dos vídeos criados por professoras da Educação
Básica de Alta Floresta – MT podem refletir ou contribuir com um mundo possível
pós-pandemia para mostrar que podemos conviver com o coronavírus, com a
finalidade de demonstrar a conveniência dos desejos no estudo de campo.
Trata-se de uma proposta de intervenção na tentativa de proporcionar uma
reflexão sobre o assunto discutido na atualidade.
Pode-se dizer que as intervenções
criadas são ações realizadas por professoras da Educação Básica de Alta
Floresta – MT que contribuem para refletir sobre a situação dessa pandemia no
mundo. Neste contexto, para Azevedo (2013) fica claro que as situações criadas
como intervenções estão no âmbito das experiências com práticas artísticas
contemporâneas, que inclui artistas e não artistas e buscam através de
processos colaborativos, também o exercício do estar junto.
É nesse contexto que relato os
propósitos das quatro professoras que criaram os vídeos argumentando seus
ensejos para a Educação pós-pandemia, assim destaco as docentes: Cleonete,
Edileuza, Lúcia e Rosy.
Assim, descrevo o relato da
professora Cleonete: “O que desejamos? Hoje por exemplo, o que está
acontecendo em redores? Qual é a causa maior? O que está ocorrendo? Esse vírus
COVID-19, essa pandemia... Então, o que desejamos a Educação pós-pandemia? O
que nós podemos contribuir, o que que nós podemos colaborar? Então assim, esse
COVID-19 foi um vírus que já ocorreu há muito tempo atrás. Ele foi isolado e agora
é, ele foi reativado. Então assim, pegou não só a nossa cidade, mas o mundo
todo essa pandemia, então assim pegou praticamente todo mundo de surpresa, uma
coisa que nós não esperávamos e realmente uma coisa fez parar a cidade, parar o
Estado, parar o mundo. Então, o que, é... podemos fazer pra amenizar esse
causto desta/desse vírus bombástico? Então assim, o que queremos é que as
pessoas conscientize. É um vírus que pode a qualquer momento, todos nós estamos
sujeitos a ele. É... eu vou dizer estou livre, claro que não, estou sujeito a
pegar esse vírus. Mas o que fazer? O que eu posso fazer pra contribuir, para
evitar que vírus seja disseminado? É fazer as prevenções, é cumprir as regras
de evitar o contagio do/ desse vírus o COVID-19. E com isso, eu fazendo minha
parte, eu diretamente ou indiretamente eu estarei contribuindo com a Educação,
com a sociedade e meu papel. O que eu posso fazer, que diante do meu
conhecimento a priori que eu tenho pode-lo contribuir com os mais próximos, com
quem convive ao meu lado, indiretamente, com o que eu posso contribuir para
fazer uma boa ação. É, a partir desse momento, que eu tomar/estiver fazendo
essas prevenções, eu automaticamente, eu estarei mudando uma cultura, uma
sociedade, estarei prevenindo os próximos. E a partir, eu vejo assim, que a
partir do momento que estarei fazendo a minha parte, é uma contribuição que eu
estou dando para o mundo, para a nossa cidade e até mesmo pra quem convive
comigo. Então o que eu espero da/na Educação após essa pandemia? Porque? não
só, e... como já falei no início: é... essa pandemia, pegou todo mundo de
surpresa, parou tudo, parou todos, então quem não tinha conhecimento passou ter
conhecimento, conviveu com esse vírus e está convivendo. Tem pessoas que ainda
não... é... pelo fato de ficar em casa está reduzindo, está reduzindo, está
ramificação desse vírus. E o que a Educação em si? O que eu posso falar de
Educação? Foi um algo que... tudo novo, possivelmente a Educação 2020 jamais
será a mesma, pois onde teve ou onde terá que adaptar esse mundo virtual, à
distância, porquê o momento não é propicio para poder é... estudar. Então,
manter a distância e para nosso Brasil não está preparado com a... para suprir
uma educação nesse sentido.”
A
mestra Cleonete fez uma ressalva geral sobre o aparecimento do COVID-19 e um
panorama de disseminação, bem como uma prévia recomendação com os cuidados para
evitar a contaminação. É preciso, porém, ir mais além dessa discussão. É
exatamente a visão sobre uma Educação pós-pandemia que se refere na pesquisa.
Por todas essas razões, a professora frisa na questão da conscientização
pessoal de cada um para a prevenção do Coronavírus, é notório que isso resulta
numa educação em 2020 renovada. O que importa, portanto, é adaptar métodos que
contemple o sistema virtual, ou seja, uma educação à distância. Por exemplo,
essa é uma tarefa para os nossos líderes municipais e estaduais refletirem com
cuidado para que as decisões sejam aplicadas com responsabilidade.
Como bem nos assegura Azevedo
(2013), pode-se dizer que são muitas as experiências de intervenções urbanas
realizadas no tempo presente que se proliferam de vária formas e em várias
circunstâncias e possibilitam a intersecção entre artes. Neste contexto, fica
claro que o exercício da interdisciplinaridade que supõe o exercício da
intersubjetividade prevaleça. Vale ressaltar, contudo, é constatar que essa
pesquisa visa mostrar a contribuição de cada professora sobre sua visão futura
sobre a Educação pós-pandemia, conforme explicado acima.
A formadora Edileuza descreveu de
forma sucinta o que deseja para a Educação pós-pandemia: “E to aqui
fazendo uma reflexão sobre esse momento de crise que estamos vivendo em
consequência da pandemia do Coronavirus. E é como professora que faço análise
desse momento. Acredito que para essa análise há que se reportar ao antes e há
que se projetar um depois. Como era antes? Correria infinda, não tínhamos tempo
para absolutamente nada, para uma visita a uma pessoa amiga, para o laser,
éramos consumidos pela correria desenfreada do dia-a-dia. E de repente chega o
vírus de mansinho, sem aviso prévio, trazendo medo, preocupações e incertezas.
Tudo para! Precisamos ficar em casa e aí nos lembramos da correria de outrora e
concluímos que pode ser diferente, que podemos organizar melhor nosso tempo.
Hoje olhamos para as escolas fechadas, eu não estou trabalhando diretamente na
escola porque atuo na Formação Continuada o que me permite acompanhar a rotina
das escolas e ter contato com vários colegas professores e que dizem: como é triste
olhar as escolas fechadas, sentir a falta do sorriso dos nossos alunos,
de um abraço afetuoso. Coisas simples, tão comuns outrora e agora fazem tanta
falta. E aí cabe uma reflexão: faz sentido a correria? Não. Agora em casa com
as nossas atividades docentes suspensas. Nós refletimos: podemos fazer
diferente sim. Os nossos alunos estão tendo experiências diferentes, estão
tendo aprendizagens diferentes e nos também. Estamos nos aproximando das novas
tecnologias, víamos adiando este momento e agora fomos praticamente forçados a
nos apropriar, a nos familiarizar com as novas tecnologias. Porque tudo vai
voltar ao normal, mas vai ser um normal diferente, nossos alunos não serão os
mesmos e nós também não seremos mais os mesmos professores. Por isso, estamos
aproveitando esse momento para nos aperfeiçoar profissionalmente para
oferecermos aos nossos alunos aulas mais inovadas, com metodologias ativas que
proporcionam maiores significados aos conteúdos que nós trabalhamos com nossos
alunos. E quando tudo passar, nós estaremos mais amadurecidos profissionalmente
e mais preparados para colher nossos alunos, com toda atenção e carinho que
eles merecem. E de toda essa dificuldade, todo esse sofrimento que esse
contexto nos oferece, nós tiramos aprendizado. Então, foi preciso um momento
para nós reportarmos para o nosso interior e verificarmos que podemos ser
diferentes, podemos olhar as situações diferente, como está acontecendo com
tanta gente. Estamos percebendo uma intensificação da solidariedade humana
manifestada pelo mundo inteiro, diante desse contexto de sofrimento. Então,
vamos nos preparar para o retorno, será breve. Os nossos dirigentes estaduais,
municipais estão buscando estratégias para um retorno seguro das aulas. E nós
aguardamos ansiosos para esse momento, cheios de esperança, porque é a
esperança que nos fortalece, é a esperança que nos guia nesse momento de
preocupações. E enquanto esperamos, vamos fazer nossa parte, cuidando da
prevenção da melhor forma possível, usando máscara e todas as outras medidas de
proteção orientadas pelas autoridades de saúde. Até mais!”
Cabe apontar que a professora
Edileuza foi direta ao assunto, destacou de forma ponderada, por exemplo, a
questão da paralisação das atividades escolares, frisando o sentimento de
tristeza por parte dos docentes e provavelmente os discentes também estão
sentindo falta da escola, a realidade explicita um quadro bem distinto do
esperado, pois o isolamento social é um momento difícil que estamos
percorrendo. Além disso, cada um deve fazer sua parte, usar todas as medidas de
proteção orientadas pelos profissionais da saúde. Diante do exposto, como a
professora disse, é um momento de intensificar a solidariedade humana, dessa
forma, o que prevalece é a esperança de um mundo melhor.
Conforme verificado por Senhoras
(2020), a pandemia do novo coronavírus colocou o sistema educacional numa
espécie de 'sinuca de bico', especialmente por deixar o sistema diante de um
cenário nunca visto, conforme explicado acima. Trata-se inegavelmente em
diminuir contágio pelo vírus e, assim, evitar o colapso do sistema de saúde,
foi preciso atribuir o distanciamento social, pois este passou a ser a
principal recomendação dos órgãos oficiais, no Brasil e no mundo, evitando,
portanto, todo e qualquer aglomeração.
A educadora Lúcia relata suas
projeções para Educação pós-pandemia: “O que desejamos para a Educação
pós-pandemia, né? O que projetamos? Na Educação projetamos é... uma educação
onde nós professores possamos trilhar caminhos pelas tecnologias, onde é...
estamos aprendendo a lidar com essas tecnologias pra que nossas aulas sejam
mais atrativas e que a gente consiga se comunicar de forma melhor com esse
aluno do século XXI. Na realidade, queremos na educação pós-pandemia que os
alunos se conscientize da importância da tecnologia, do uso da tecnologia de
forma consciente e não pensando que é... qualquer informação é válida,
porque as informações precisam ser checadas pra que elas tenham validade e a
gente sabe que o mundo da tecnologia ele está cheio de fake News. Então, o que
que nós queremos pós-pandemia? Queremos que a Educação, que os nossos
representantes olhem para a Educação de forma consciente, onde vejam que os
alunos do Brasil, na grande maioria os da escola pública eles não tenham esse
acesso e o que a gente percebe hoje é um conhecimento fragmentado. Então, eu
desejo o melhor, desejo que nós pós-pandemia sejamos pessoas melhores, pessoas
mais engajadas, mais preocupadas com o Planeta, mais preocupado um com o outro,
né. E dando vez e voz aos alunos. Penso que estamos mudando muito pouco, não
acredito que pós-pandemia haja uma mudança tão significativa, porque a mudança
pra nós na Educação, ela precisa ser mental e cultural. Essa mudança mental e
cultural, ela é muito lenta, porque nós precisamos querer que essa mudança
aconteça. Quando eu falo de mudança mental, isso depende de cada um, depende do
meu querer mudar e quando eu falo de mudança cultural é uma mudança em que nós
estamos percebendo que da forma que a Educação está , ela não pode continuar,
mas, porém isso cabe a mim mudar. E realmente, eu espero que nós consigamos
mudar nossa mentalidade, nossa cultura e que esse pós-pandemia, ele traga algo
maior pra nós enquanto seres humanos e nos enquanto educadores é devemos
intender que precisamos a cada dia nos empenhar, precisamos buscar, precisamos
nos melhorar enquanto professores, pra que essa educação também chegue num
patamar de excelência. Obrigada!”
Fica evidente na fala da Educadora
Lúcia que há muito a ser mudado, pois, cada mudança depende de nós, seja
pessoal, seja profissional. A melhor maneira de compreender esse processo é
considerar que haja uma mudança mental e cultural, conforme citado no relato de
Lúcia. Julgo pertinente destacar, por exemplo, a questão que os educadores
precisam empenhar e melhorar enquanto professores, para que a Educação se
aproxime de um patamar de excelência.
Conforme verificado por Lazzarato
(2006), o mundo possível existe perfeitamente, mas não existe fora daquilo que
o expressa (enunciado, rosto ou signo) nos agenciamentos coletivos de
enunciação, conforme demonstrado acima. Trata-se de conferimos já uma
certa realidade aos possíveis ao falar, uma vez que a linguagem é a realidade
do possível enquanto tal. Assim, reveste-se de particular importância dizer que
esse mundo possível (ou da expressão) atua em primeiro lugar no nível da alma
enquanto transformação incorporal, que modifica a maneira de sentir, as
modalidades de afetar ou de ser afetado.
A professora Rosy
discorre seus desejos sobre um mundo possível pós-pandemia: “Um mundo melhor
é possível? É possível? O momento que estamos vivendo hoje é um momento
diferente. Alta Floresta – Mato Grosso está nesse momento, está nesse contexto.
Aonde o toque não está mais presente, o abraço apertado também, ele deixou de
ser agraciado, mas acreditamos que estamos chegando no fim, no fim desse
processo. E um novo recomeço é possível, um recomeço que nos torna pessoas
melhores, sensíveis, solidarias e que podemos valorizar ainda mais o toque, o
cheiro e o aconchego. Aonde essa pandemia vai passar e os sonhos e projetos
saíram do papel. E o recomeço será o desejo de cada um de nós para uma
sociedade melhor, igualitária e feliz.”
Logo, a professora
aborda a questão da percepção dos cinco sentidos, visto que estes não são mais
permitidos no contato físico com o outros, uma vez que a sociedade se encontra
num isolamento social para se proteger contra o contágio do Coronavírus.
Perante essas
discussões, vale citar Azevedo (2013), pois a autora aborda realmente a questão
da subjetividade nesse mundo contemporâneo:
A cidade enquanto um sistema complexo regulado pela
produção, pelas relações formalizadas de trabalho e de família, pelos valores
de consumo impulsionados pelas mídias, pelas burocracias que às vezes impedem o
fluxo das coisas, cria um universo de sociabilidades obrigatórias, cheia de
funções, horários e distribuição de tarefas, de regras inventadas para
controlar-nos uns aos outros. Isso fortalece em nós uma subjetividade
capitalística. (AZEVEDO, 2013, p.
138)
Diante dessa perspectiva, para
alcançar o objetivo geral desta pesquisa foi preciso elaborar um questionário
sobre o projeto de coleta de dados para o estudo do caso, tais como: solicito o
registro de sua fala por um vídeo; gravar um vídeo sobre o que desejamos na
Educação pós-pandemia, segue algumas questões para nortear: O que projetamos? O
que queremos? Em que estamos mudando? Enviar o vídeo até dia 15/06/2020 para
meu Whatszapp. Diga a cidade e estado de onde está falando. O vídeo será
postado no You Tube e Facebook. Esta ação é um trabalho final da disciplina
“Poéticas Contemporâneas I – Estéticas emergentes na cidade” do Mestrado.
Enfim, os resultados dos vídeos
relatados mostram que é possível uma Educação pós-pandemia e
podemos conviver com o vírus, por exemplo, com a finalidade de demonstrar os
desejos de cada professoras no estudo de campo.
De acordo com Azevedo (2020),
seguindo as orientações de para conclusão dos resultados dessa pesquisa:
Diante do quadro de isolamento social em que vivemos hoje no
mundo, diante da crise do capitalismo, crise de valores, e o processo de
mudança que o ser humano sofre no tempo presente e entendendo esta etapa como
uma etapa de transição, assim como foram as guerras e outras pandemias no
passado, a proposta é a realização de uma ação em que se manifeste uma semente
dessa vida por vir. A proposta é criar uma série de registros de desejos e
sonhos de uma vida possível, de uma cidade possível, de um mundo possível,
levando em consideração o pensamento de Lazzarato (2006 apud AZEVEDO,
2020) sobre “Um outro mundo é possível”.
Diante disso, é relevante destacar
que durante a transcrição das narrações realizadas pelas professoras sobre o
que projetam para a Educação pós-pandemia presentes nos vídeos sobre o assunto,
geraram uma consonância de opiniões em comum e evidenciaram a responsabilidade
de cada um nas precauções quanto a prevenção do contágio do Coronavírus.
Espera-se, portanto, que este estudo contribua para uma reflexão sobre um mundo
possível pós-pandemia, aliás, que permitam o ser humano despertar o seu lado
solidário com o próximo.
O presente estudo
possibilitou investigar informações de pessoas que projetam um mundo possível
pós-pandemia acerca de coleta dos dados por vídeos. Nesse sentido, podemos
afirmar com a análise dos vídeos foi possível perceber a importância dos relatos
das professoras podem refletir e contribuir para um mundo possível
pós-pandemia, tendo como referência o estudo de campo por meio dos vídeos para
mostrar que podemos conviver com o vírus.
De modo geral, as
falas das professoras foram relevantes, pois o que se espera não só na Educação,
mas em outros setores é que o ser humano seja mais solidário, fraterno e primeiro,
responsáveis com suas atitudes de seguir as orientações das autoridades da
saúde para evitar o contágio e a disseminação do Coronavírus. Além disso,
espera-se que os governantes sejam cuidadosos com relação na criação de novas
diretrizes para a Educação, mais especificamente quanto as ações decisivas para
o retorno das aulas.
O estudo demonstrou
como é essencial para o ser humano uma reflexão sobre a possibilidade de um
mundo melhor pós-pandemia. Diante das falas das professoras ficou evidente que
os objetivos dessa pesquisa foram realmente alcançados.
Os vídeos
possibilitaram uma meditação não usual acerca da situação vivenciada pelo
COVID-19, pois os argumentos foram favoráveis a possibilidade de um novo mundo
pós-pandemia. Por isso, fica evidente que ações coletivas são
enriquecedoras e motivadoras nessas circunstancias de isolamento social.
Vale
ressalta a importância do tema, o que se faz necessário a difusão de planos que
visem mais intervenções urbanas para despertar na sociedade um olhar mais
humano para o outro.
Nessa
perspectiva, os relatos dos vídeos permitem reflexão acerca uma
oportunidade de um mundo possível pós-pandemia para demonstrar que podemos
conviver com o vírus.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO,
Maria Thereza O. Passeio de sombrinhas: poéticas urbanas, subjetividades contemporâneas
e modos de estar na cidade. Revista Magistro, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2,
p.138-146, 2013.
GIL,
Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo:
Atlas, 2008.
LAZZARATO,
Maurizio. As revoluções do capitalismo. Tradução de Leonora Corsini. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
RAMPAZZO, Lino. Metodologia
científica: para
alunos dos cursos de graduação e pós-graduação. 3. ed. São
Paulo: Loyola, 2005, 48 p.
SAIBA COMO SURGIU O COVID-19. iSaúde Brasil, Bahia,
17/03/2020. Disponível em:
https://www.isaude.com.br/noticias/detalhe/noticia/saiba-como-surgiu-o-covid-19/. Acesso em: 10 de julho de 2020.
SENHORAS,
Elói
Martins. COVID-19
e o olhar social. Boa
Vista: Editora da UFRR, 2020, 173 p.
SILVA, Antonio Carlos Ribeiro. Metodologia da Pesquisa
Aplicada à Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2003.
[1]Artigo para a Disciplina Poéticas
Contemporâneas I Estéticas emergentes na cidade – PPGECCO/UFMT.
[2]Mestranda
em Estudos de Cultura Contemporânea – PPGECCO/UFMT. E-mail: cleusaoliver07@yahoo.com.br.
[3] É
uma doença respiratória nova que foi identificada pela primeira vez Wuhan, na
China. Atualmente, a transmissão se dá principalmente de pessoa para pessoa.
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