Hanna Thryccia de
Almeida Oliveira
Quando
iniciamos um novo ano costumamos fazer pedidos, promessas e orações, pedindo
por bons momentos, e realizações, mas 2020 está sendo um ano bem diferente do
que se desejava. A pandemia do COVID-19, interrompeu sonhos, conquistas e
milhares de vidas. Com a implementação da quarentena as pessoas encontraram novas formas de trabalhar, estudar e viver, um momento de cuidar de si e do próximo, de amor, solidariedade e esperança.
As Intervenções artísticas em espaços públicos envolvem uma dimensão performática que reconfigura, momentaneamente, os lugares da cidade. (Mendes, 2012, p.7-8), este ano a intervenção ocorreu de forma online, conectando todos aqueles que não podem estar juntos.
A
partir do convite realizado foram coletados diversos vídeos, onde as pessoas gravaram
um vídeo, dizendo o que esperavam de um novo mundo após a pandemia, com base nos questionamentos: o que projetamos? o que queremos? em que estamos mudando?. Diversas
perspectivas e anseios para um mundo melhor, um mundo possível. Diversas
perspectivas foram coletadas, com diferentes desejos e anseios para um mundo
possível.
E
assim como Gonzaguinha, “Eu fico com a pureza da resposta das crianças...” no
depoimento de Edir com sua filha e neta, Mariana e Maria Fernanda o elas
desejam é um mundo com menos desigualdades sociais, menos racismo e mais
empatia, mais respeito, mais amor e mais humanidade. O que desejam é um mundo
melhor, onde possam crescer com segurança, onde as pessoas sejam tratadas com
equidade, onde os direitos humanos sejam respeitados.
A
luta por uma cidade mais justa, mais igualitária é a luta pela participação das
decisões e a construção de relações sociais. A desigualdade social é combatida
todos os dias, com pequenas e grandes ações.
"É
preciso que a sociedade seja capaz de estabelecer agenciamentos coletivos que
correspondam à nova subjetividade, de tal maneira que ela queira a
transformação." (Lazzarato, 2006, p.13). É de forma coletiva que se faz o mundo possível, é preciso querer a mudança, e coloca-lá em prática.
Estamos
vivendo um momento de incerteza, não há como saber se as pessoas realmente iram
mudar, se teremos um vislumbre desse mundo possível. Para a realização desse
mundo possível é preciso que as pessoas tenham a iniciativa de mudar e tornar o
mundo melhor, a iniciativa deve surgir de cada um, a luta é diária, mas ceder
as injustiças não é uma opção.
Este
não tem sido um ano fácil, um ano que será lembrado por dores e perdas, mas a
vida é assim, cheia de altos e baixos, e esperamos que todos os momentos ruins
que vivemos nos tornem mais fortes para enfrentar as adversidades da vida. O mundo possível que idealizamos não será para nós, mas sim para nossos filhos e netos, para que eles não sofram como nós, para que eles aprendam com os erros de seus antepassados e construam um mundo possível.
MENDES. Eloísa Brantes. Cidades instáveis: intervenção artística como experiência heterotópica do espaço urbano. Periódico do programa de pós graduação em artes cênicas Volume 04 – Número 02 – agosto-dezembro/2012.
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