terça-feira, 14 de julho de 2020

Um mundo possível para a próxima geração


 

Hanna Thryccia de Almeida Oliveira

 

Quando iniciamos um novo ano costumamos fazer pedidos, promessas e orações, pedindo por bons momentos, e realizações, mas 2020 está sendo um ano bem diferente do que se desejava. A pandemia do COVID-19, interrompeu sonhos, conquistas e milhares de vidas. Com a implementação da quarentena as pessoas encontraram novas formas de trabalhar, estudar e viver, um momento de cuidar de si e do próximo, de amor, solidariedade e esperança.

As Intervenções artísticas em espaços públicos envolvem uma dimensão performática que reconfigura, momentaneamente, os lugares da cidade. (Mendes, 2012, p.7-8), este ano a intervenção ocorreu de forma online, conectando todos aqueles que não podem estar juntos.

A partir do convite realizado foram coletados diversos vídeos, onde as pessoas gravaram um vídeo, dizendo o que esperavam de um novo mundo após a pandemia, com base nos questionamentos: o que projetamos? o que queremos? em que estamos mudando?. Diversas perspectivas e anseios para um mundo melhor, um mundo possível. Diversas perspectivas foram coletadas, com diferentes desejos e anseios para um mundo possível.

E assim como Gonzaguinha, “Eu fico com a pureza da resposta das crianças...” no depoimento de Edir com sua filha e neta, Mariana e Maria Fernanda o elas desejam é um mundo com menos desigualdades sociais, menos racismo e mais empatia, mais respeito, mais amor e mais humanidade. O que desejam é um mundo melhor, onde possam crescer com segurança, onde as pessoas sejam tratadas com equidade, onde os direitos humanos sejam respeitados.

A luta por uma cidade mais justa, mais igualitária é a luta pela participação das decisões e a construção de relações sociais. A desigualdade social é combatida todos os dias, com pequenas e grandes ações.

"É preciso que a sociedade seja capaz de estabelecer agenciamentos coletivos que correspondam à nova subjetividade, de tal maneira que ela queira a transformação." (Lazzarato, 2006, p.13). É de forma coletiva que se faz o mundo possível, é preciso querer a mudança, e coloca-lá em prática.

Estamos vivendo um momento de incerteza, não há como saber se as pessoas realmente iram mudar, se teremos um vislumbre desse mundo possível. Para a realização desse mundo possível é preciso que as pessoas tenham a iniciativa de mudar e tornar o mundo melhor, a iniciativa deve surgir de cada um, a luta é diária, mas ceder as injustiças não é uma opção.  

Este não tem sido um ano fácil, um ano que será lembrado por dores e perdas, mas a vida é assim, cheia de altos e baixos, e esperamos que todos os momentos ruins que vivemos nos tornem mais fortes para enfrentar as adversidades da vida. O mundo possível que idealizamos não será para nós, mas sim para nossos filhos e netos, para que eles não sofram como nós, para que eles aprendam com os erros de seus antepassados e construam um mundo possível.

 

Referências


LAZZARATO, M. (2006), As Revoluções do Capitalismo. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira


MENDES. Eloísa Brantes. Cidades instáveis: intervenção artística como experiência heterotópica do espaço urbano. Periódico do programa de pós graduação em artes cênicas Volume 04 – Número 02 – agosto-dezembro/2012.


https://www.facebook.com/hannathryccia.dealmeida/videos/2843775012400344

 


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