Por: Atílio Viviani Neto
Manifesto árvore é uma ação + vídeo arte denúncia, para
promover mudanças energéticas durante e pós pandemia. Tem como intuito
promover xamanismo pela preservação ambiental em Vila Bela da Santíssima
Trindade por meio de doação de mudas de árvores produzidas em quintais, plantio
de árvores urbanas por cidadãos e valorização dos Biomas presentes no município
de Vila Bela, território esse de grande biodiversidade já que possui biomas amazônico,
cerrado e pantanal.
MANIFESTO:
ÁRVORE
Desde os primeiros tempos datados da existência humana, essa
velha entidade herbácea, acompanha o desenvolvimento de nossas humanidades até
a formação das sociedades, em todos os cantos e mundos coexistentes;
Contribuiu e contribui em várias dimensões para prosperidade
das espécies, incluso a nossa; mesmo depois de nossa traição moderna ocidental,
humana, de negar a Natureza e nos autoproclamarmos cultura, a “Cultura”
hierarquicamente superior; ainda assim essa gigante não deixou de nos proteger,
acalentar, alimentar, climatizar, fornecer combustível e matéria prima para
nossos aprimoramentos técnicos.
Inspirou e participa de religiões: Bíblicas, do Corão, dos
Budas, Orixás, Umbanda, Hindus, Ñanderu... No mundo do conhecimento é ativa
simbólica: “Toda a filosofia é como uma árvore”; toma parte de teorias,
pensamentos dos mais sofisticados, transmutou-se em sala de aula oferecendo a
base de seus “pés” e sombras, testemunhou e foi local de aprimoramentos
intelectuais e leis da gravidade; fez parte de movimentos contra opressores,
lutou junto a levantes populares, colaborou para organizações de gentes,
contraculturas, possibilitando discrição e camuflagem em meio ao seu verde.
Foi biblioteca, medicina e ser encantado do sagrado feminina,
templo de Celtas, Druidas; assumindo posição contra o império dos homens,
brutos romanos, aceitando digna seu destino e queda, ó nobre Carvalho, e
ardendo em chamas com suas companheiras bruxas;
Mimetizou junto aos povos nativos na luta contra
colonialismos, escravagismos e imperialismos; tornou-se magia pra para povos
humanos sequestrados, vindos de outras árvores, que as reconheceram também como
parentes; combateu lado a lado com Terezas de Benguela, Dandaras, Zumbis,
Raonis, Guajajaras, Kopenawas, sendo escudos e labirintos;
Ofereceu ser fortaleza para as Ocas, Tabas, Canudos,
Quilombos...
Nas guerras, acolhia os soldados nos poucos momentos de paz;
foi envenenada e destruída muitas vezes por ordem de insensíveis coronéis e
seus agentes laranjas, para que os homens fossem expostos e continuassem seus
caminhos de luta e morte, agora em campo aberto e devastado; foi incendiada
para queimar junto a seus abrigados, que estavam acalentados em seus “seios e
seivas”.
Hoje, as ciência e as políticas públicas reconheceram sua
fundamental existência; humanos incrédulos e soberbos descobrem “outras”
humanidades com ancestralidades reverenciadoras das Deusas Ervas; pensam esses
ambiciosos e preocupados, em perspectivas reducionista, estrito taxonômica/econômica,
e concluem atrasados, mais modernos: NÃO HAVERÁ VIDA SEM A PRESENÇA DELAS; em perspectiva
Kármica, espiritual, sem elas o sofrimento será insuportável e a vida,
sub-vida; para a poesia, arte e música, desintegra-se a inspiração; para os
povos indígenas, a queda do céu, não sem antes haver luta por elas.
E você, o que faz pela entidade ÁRVORE? Não temos mais tempo.
Defende-la, plantar, insurgir contra o Ecocídio, não é mais opção. É
humanidade. É vida. Retomar a fusão Cultura-Natureza. Somos natureza. Natureza
é Cultura. Salve o Multinaturalismo.
Clima, Água, Equilíbrio, Felicidade, Medicina, Biblioteca,
Inspiração, Conhecimento, Estética, Musica, Matéria-Prima, Poesia, Amor, Magia,
Ar, Horizonte, Flora, Fauna, Gente...Nós a reverenciamos, nos conduza Sabia Ancestral
Vegetal!
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